sexta-feira, 15 de outubro de 2010

6 - Fontes de Pesquisa

         1 –  Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura
                Editorial Verbo

         2 – Dicionário de História de Portugal de Joel Serrão
               Editora - Iniciativas Editoriais

         3 – Alexandre Herculano
               História de Portugal,  Tomo I,         

         4 -  Revista Portuguesa de História,  Tomo 1
               Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,
               Instituto de Estudos Históricos Dr. António de
               Vasconcelos,

5 - Geraldes Espião em África

Geraldo O sem Pavor era temido, depois de ser posto em liberdade juntamente com D.Afonso Henriques, depois da trágica Batalha de Badajoz, com perda quase total das conquistas efectuadas, excepto o castelo de Juromenha que foi o único que restou.

Consta que por volta de 1173 ou1174, Geraldo apareceu em Sevilha bandeando com os mouros de quem se tornou amigo, talvez pela simples razão de ser muito temido e como tal mais valia tê-lo como amigo de como inimigo.

Os Mouros até o honraram levando-o até à cidade moura de Suz perto de Ceuta, na África marroquina. Consta que Geraldo terá traído a confiança dos mouros tendo tentado a fuga e por tal motivo condenado à morte.

Contudo, afirma a tradição que Geraldo com o seu espírito aventureiro deste nobre foi a Ceuta em missão de espionagem a serviço secreto de D. Afonso Henriques, que lhe havia recomendado a tomada daquela praça.

Ao fim de escasso tempo, quando a verdadeira finalidade da operação foi descoberta, Geraldo foi decapitado às mãos dos mouros para que não escapasse o inimigo tão audacioso e na posse de segredos preciosos.

4 - A Batalha de Badajoz

Em Maio de 1169, Geraldo atacou Badajoz e tomou a cerca, mas a guarnição refugiou-se na alcáçova. Então Geraldo pediu ajuda a Afonso Henriques para sitiar a alcáçova. O perigo era grande para Leão e para os muçulmanos.
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A notícia chegou célere a todos. Fernando II enviou uma expedição, que chegou a tempo de evitar a conquista da cidade pelos Portugueses. Estes ficaram entre dois fogos: os Almóadas na alcáçova e os Leoneses a cercarem a cidade.
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Os Portugueses tentaram escapar a esta situação melindrosa, fugindo precipitadamente, mas um pormenor deitou tudo a perder. Aconteceu que o cabo do ferrolho de uma das portas não ficara bem recolhido e ao abrir, o cavalo, que ia galope, topou nele com a ilharga de guisa, e D. Afonso Henriques feriu-se com gravidade. O cavalo que ia ferido, não podendo mais suster-se, caiu com el-rei sobre a mesma perna, e acabou por a quebrar de tal maneira que os seus homens não o puderam levantá-lo e pô-lo no cavalo.
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Capturado com Geraldo pelos Leoneses, esteve Afonso Henriques dois meses prisioneiro do rei de Leão, seu genro, numa situação de extrema fragilidade política, mas este, cavalheirescamente apenas terá exigido: «Restitui-me o que me tiraste e guarda o teu reino».
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Assim, D.Afonso Henriques teve que devolver os condados galegos de Límia e Toronho e todas as terras da Extremadura espanhola, da margem esquerda do Guadiana. Ficava assim desfeita a conquista da Galiza e, respeitando esse pacto, só restava a Afonso Henriques avançar para Sul, através de território muçulmano, se quisesse aumentar o seu reino.
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Também Geraldo, capturado, teve que devolver a Fernando II as terras «da conquista de Leão» e a Fernando Rodriguez de Castro, as terras «castelhanas» de Montanchez, Trujillo, Santa-Cruz e Monfra.

3 - As Conquistas no Alentejo e na Extremadura Espanhola

A estratégia de conquista desenvolvida por Geraldes, O Sem Pavor, era um plano que utilizava a surpresa, atacando cidades longe duma linha lógica de progressão: de Trujillo, saltou para Évora, depois para Cáceres e seguiu em ziguezague inesperado, a que se juntava o processo do ataque. Avançava sem ser apercebido na noite chuvosa, escura, tenebrosa e, insensível ao vento e à neve, ia contra as cidades inimigas.
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Para isso levava escadas de madeira de grande comprimento, de modo que com elas subisse acima das muralhas da cidade que ele procurava surpreender; e, quando a vigia dormia, encostava as escadas à muralha e era o primeiro a subir ao castelo e, empolgando a vigia, dizia-lhe: “Grita, corno tens por costume de noite, que não há novidade”.
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E então os seus homens de armas subiam acima dos muros da cidade, davam na sua língua um grito imenso e execrando, penetravam na cidade, matavam quantos moradores encontravam, despojavam-nos e levavam todos os cativos e presas que estavam nela.
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Em fins de 1165 ou início de 1166, a soberba de conquista de castelos foi enorme. O seu nome era temido. Tomou Cáceres e depois, imparavelmente, Montanchez, Serpa, Juromenha, Alconchel e ainda Mourão, Arronches, Crato, Marvão, Alvito e Barrancos. Em 1167 terá tomado Elvas e Monsaraz e em data incerta: Santa-Cruz e Monfra, na província de Cáceres.
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Olhando para um mapa das conquistas de Geraldo, percebemos que um dos objectivos que ele tinha, era isolar Badajoz, a forte capital da taifa com o mesmo nome, cortando-lhe os abastecimentos e os apoios vizinhos.
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Mas Geraldo não estava apenas a apoquentar os muçulmanos; as suas conquistas penetravam profundamente no espaço de conquista definido no tratado de Sahagún e eram um perigo fortíssimo de isolar o rei de Leão.
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O próximo objectivo era a conquista de Badajoz.

2 - A Conquista de Évora - A Lenda

Esta lenda consta-se que se passou no ano de 1166, no tempo em que Évora era ainda a Yeborath árabe, para grande desgosto de D. Afonso Henriques que a desejava como ponto estratégico da reconquista de Portugal aos Mouros.
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Geraldo Geraldes – O Sem Pavor, um homem de origem nobre que vivia à margem da lei, era chefe de um bando de malfeitores que habitavam num pequeno castelo nos arredores de Yeborath. Geraldo Geraldes decidiu conquistar Évora para resgatar a sua honra e o perdão para os seus homens.
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Disfarçado de trovador rondou a cidade e traçou a sua estratégia de ataque à torre principal do castelo que era vigiada por um velho mouro e pela sua filha. Numa noite, o Sem Pavor subiu sozinho à torre e matou os dois mouros, apoderando-se em silêncio da chave das portas da cidade.




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Mobilizou os seus homens e atacou a cidade adormecida numa noite sem lua que, surpreendida, sucumbiu ao poder cristão.

 No dia seguinte, D. Afonso Henriques recebeu surpreendido a grande novidade e tão feliz ficou que devolveu a Geraldo Geraldes as chaves da cidade, bem como a espada que ganhara, nomeando-o alcaide perpétuo de Évora. Ainda hoje, a cidade ostenta no brasão do claustro da Sé, a figura heróica de Geraldo Geraldes e as duas cabeças dos mouros decepadas, para além de lhe dedicar a praça mais emblemática de Évora.


1 - Geraldo Geraldes - O Sem Pavor

Guerreiro português que viveu no reinado de D. Afonso Henriques.
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Pouco se sabe de concreto sobre a sua vida. Personagem representativa do período de formação das fronteiras de Portugal, acredita-se que fosse um nobre de trato difícil, pelo que muito cedo abandonou o norte de Portugal para tentar a sorte no sul do país, nas lutas contra os Mouros. Nessa qualidade liderou como um caudilho um bando de salteadores e aventureiros.
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Aquando da conquista da região do Alentejo por D.Afonso Henriques e também da Extremadura espanhola, Geraldo Sem Pavor ofereceu-se como voluntário para tomar a cidade de Évora, bem como outras localidades vizinhas.
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Utilizando como base de operações o castro hoje conhecido como Castelo de Geraldo próximo de Valverde (Nossa Senhora da Tourega) e do qual existem algumas ruínas, introduziu-se nos muros da cidade, executando o governador mouro e entregando a praça ao soberano.
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De personalidade imprevisível, foi um dos principais entusiastas da tomada de Badajoz, campanha que, em 1169, viria a se revelar um desastre para as forças de D. Afonso Henriques em geral, e para as do próprio Geraldo em particular, que acabou por perder todas as suas terras excepto as do Castelo de Juromenha.
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Afirma a tradição que o espírito aventureiro deste nobre o levou a Ceuta, no Norte de África, em missão de espionagem a serviço secreto de D. Afonso Henriques, que lhe havia recomendado a tomada daquela praça. Quando a verdadeira finalidade da operação foi descoberta, Geraldo morreu às mãos dos mouros.